Para não sofrer eu vou me drogar de outros, eu vou me entupir de elogios, eu vou cheirar outras intenções. Vou encher minha cara de máscaras para não ser meu lado romântico que tanto precisa de um espaço para existir ridiculamente. Não vou permitir ser ridícula, nem uma lágrima sequer, nem um segundo de olhar perdido no horizonte, nem uma nota triste no meu ouvido. Eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor, o quanto vai ser falso ignorar ela sentada no meu peito. Mas vou correr até minha última esquina. Vou burlar cada desesperada súplica do meu coração para que eu pare e sofra um pouquinho, um pouquinho que seja para passar.Suor frio da corrida, sempre com sorriso duro no rosto e o medo de não ser nada daquilo que você me fez sentir que eu era. Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.E por que vendo tanto meu corpo e tão pouco minha alma? Porque quero ver você comprando o que realmente quer e não enganando querer para levar a promoção.Cansei das promessas de compra e das devoluções gastas do meu corpo. Cansei de expor minha alma se no fim tudo acaba mesmo. Então tá aqui ó: peitinhos, coxas, barriga e o buraco que você tanto quer.Leve de uma vez e me engane por alguns dias. Você é igual a todos os outros e todos os outros são: lixo. O amor não existe, e, se existe, não dura pra sempre. E, se não dura pra sempre, não é amor. E nada dura pra sempre. E então o amor não existe.Estou amarga com simplicidade, e isso é relaxante já que vivo cheia de complicações. A amargura é muito mais simples que a esperança. Estou triste do tamanho do buraco sem vida que você deixou em mim, uma concavidade sonhadora que ainda pulsa um desejo que ao mesmo tempo enoja.Ainda sinto você aqui dentro e toda a energia boa de vida que esta lembrança poderia gerar em mim, mas essa energia sem escape, sem válvula, sem história, essa energia inocentemente transformada em ódio, só carrega ondas que me corroem por dentro.Mas para não sentir dor eu vou jurar ao último ouvido do meu universo o quanto você é descartável. O quanto sua molecagem não permitiu nenhuma admiração de minha parte.Para não sofrer não vou permitir minha cabeça no travesseiro antes do cansaço profundo e sem cérebro. Não vou permitir admirar coisas da natureza porque talvez eu me lembre de você ao ver algo bonito.Não vou permitir silêncios porque é aí que o meu fundo transborda e a tristeza pode me tomar sem saída. Eu vou continuar deixando a minha cabeça me martelar porque toda essa confusão é ainda menos assustadora do que a calmaria da verdade.A verdade é a frieza do mundo, é a podridão dos desejos, são as mentiras que a gente inventa para os outros e acaba acreditando. A verdade é que mais cedo ou mais tarde você será traído, porque todo mundo tem medo de viver a entrega. A verdade é que ninguém se entrega porque ninguém se tem. A verdade é que não estamos aqui, estamos em algum lugar seguro vivendo nossas vidas medíocres. A verdade é que todo esse perfume é vergonha de nossa essência, todas essas marcas são vergonha do nosso corpo, todo esse charme despretensioso é vergonha de nossas fraquezas. A verdade é que nada é inteiro porque até o inteiro para ser todo precisa ter seu lado vazio. A verdade é que não dá para fugir da dor, e eu continuo correndo, correndo, correndo e não saindo do mesmo lugar.
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Tati Bernardi 2.
21 de abril de 2011

Recomeçar!
18 de abril de 2011
E aqui estou eu mais uma vez, com vontade de jogar tudo pro alto e voar para longe, apesar de me faltarem forças até mesmo para desistir, sinto que é isso que tenho de fazer, e em seguida recomeçar. Pintar a parede de branco e borrar um quadro novo, sempre. Aceitar o ontem, refinar o hoje e esboçar o amanhã. Reformar a estrada que me leva para a realização dos meus sonhos.
A caminhada é longa e as mudanças geram conflito, mas a dor de cair e de se perder é necessária para levantarmos e nos acharmos.
A caminhada é longa e as mudanças geram conflito, mas a dor de cair e de se perder é necessária para levantarmos e nos acharmos.
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Um comentário:

Caio Fernando Abreu.
16 de abril de 2011
Você pode nunca ter ouvido falar dele, ou já ter ouvido menções ao seu nome, mas sequer sabe a que tipo de literatura ele se dedicou; ou ter dado um profundo suspiro de paixão quando leu o nome de – certamente – um dos seus autores preferidos. Porém, se tiver Twitter, afirmo com vigor e convicção: você já deu retweet em uma das frases dele.
Bem, fato é que não importa qual sua posição sobre esse nome de titulo, este post trata de um dos homens mais incríveis que já pisaram, cresceram, amaram e encantaram corações nessas terras tupiniquins e pelo mundo: Caio Fernando Abreu!
Dono de uma lírica simplesmente apaixonante e que parece ter sido descoberta agora pelas redes sociais, falar de Caio é quase como uma declaração de Amor ao próprio Amor. Durante toda a sua vida – e seus escritos, é claro – ele dedicou-se a um tema que é interesse de todos nós: o Amor.
E quando eu digo Amor, digo de todos os tipos. Entre homens, mulheres, homens e mulheres; Amor de mãe, amor ardente, amor platônico e até mesmo falta e descrença no amor. Mas, sempre girando pelo mesmo centro gravitacional.
Caio era gaúcho, nascido na cidade de Santiago – que é conhecida como "a terra dos poetas" – no ano de 1948. Mas, ele decididamente não nasceu para viver numa cidadezinha pequena. Caio é o tipo de pessoa que precisa de todo o mundo e mesmo assim, sempre sobra alguma parte que não cabe.
Dono de uma mente inquieta interou-se por tudo um pouco. Cursou letras e artes cênicas na UFRGS, mas fez carreira como Jornalista. Participou da redação de revistas e jornais importantes nesse país, como a revista VEJA e os jornais o Estado de São Paulo e da Folha de São Paulo. Exilou-se em diversos países na época da Ditadura Militar, o que contribuiu muito para sua lírica.
Suas obsessões – que podem ser vistas claramente em seus escritos – eram as religiões diversas, as línguas, as viagens pelo mundo, as músicas, os costumes, o amor, a solidão e claro, os signos. Aliás, Caio sempre cita signos e dá nomes a alguns de seus contos através deles, como por exemplo, o conto "O dia em que Urânio entrou em Escorpião" onde – do modo que apenas ele poderia fazer – mostra todo o poder das verdadeiras amizades. E "O Dia em que Júpiter encontrou Saturno" onde os diálogos são simplesmente espetaculares. Ou mesmo "Sim, ele deve ter um ascendente em Peixes", onde ele ilustra todo o medo que nos rodeia nessa vida moderna das cidades grandes.
Aliás, apesar de ser um escritor completo, Caio destacou-se mesmo na área de contos. Publicou mais de vinte obras, e dentre elas, nove somente livros de contos. O maior destaque vai para "Morango Mofados" – seu quarto livro e considerado pela crítica como sua obra-prima – que é dividido em duas partes: o mofo & os morangos. O melhor conto do livro? Impossível dizer, todos os contos de Caio são impecáveis e tocam a alma de quem tem o prazer e a honra de tentar compreendê-lo.
Porém, e devo admitir, meu conto preferido é "A Dama da Noite", do livro "os dragões não conhecem o paraíso", onde a narradora fala -em tom de conversa com o leitor – sobre a velhice, sobre as coisas que realmente têm valor e sobre o Verdadeiro Amor. Aquilo tipo de texto que faz você parar e pensar sobre todos os aspectos da sua vida, após a leitura. Decididamente devastador!
Mas, não só de contos viveu a lírica de Caio. Segundo um de seus amigos e colega de redação, Caio escrevia o tempo todo e em todo lugar. É natural que ele também tenha um romance em seu curriculo-literário. "Onde andará Dulgue Veiga?" é ininominável. Como que um dos seus contos de forma extensa e totalmente controladora. É impossível parar de ler até que se desvendem todos os segredos de Dulce, Márcia, e claro, do narrador!
Soro positivo, Caio teve uma morte muito precoce aos 47 anos, em Porto Alegre, deixando toda a literatura brasileira órfã para sempre de sua pessoalidade-universal. Mas, deixando um legado que o coloca como um dos maiores expoentes da literatura contemporânea.
Enfim, eu poderia escrever livros e mais livros sobre todo o esplendor da obra de Caio, mas creio que as palavras dele falem por si só. Abaixo, estão alguns links para aqueles que assim como eu, desejam mergulhar nesse mundo incrível da literatura contemporânea e nacional!
O primeiro é um livro para os iniciantes, reunindo os melhores contos de Caio na visão de Marcelo Bessa. Ideal para os iniciantes e contém todos os contos aqui citados. O segundo é o livro Morangos Mofados, sua obra-prima e por ultimo, seu romance "Onde andará Dulce Veiga?". Espero que – assim como fez a mim – Caio conquiste um espaço definitivo no hall dos seus autores preferidos. Fonte

Tentar!
7 de abril de 2011
Quando eu era pequena, minha mãe me ensinou o que era tentar.
Ela disse que para tudo que dá certo, antes é preciso tentar. E que é preciso tentar com força, com fé, com credibilidade. Acreditar no que se está tentando. E então eu tentei. E só eu sei o quanto eu quis, o quanto eu fiz por merecer, o quanto eu acreditei e o quanto doeu quando minhas chances desceram pela privada.
Só eu sei como é lutar sem chance alguma. Só eu sei o quanto é injusto deixar alguém acreditar que tem chances quando na verdade não tem. Só eu sei o quanto é nadar, nadar, nadar, e acabar morrendo na beira da praia. Só eu sei o quanto é competir sem ter lugar no pódio.
Só eu sei o que é ter a autoestima estraçalhada e ter que sorrir quando se escuta frases de conforto. Só eu sei o quanto quero fugir das frases de conforto. Só eu sei o que é tentar e não conseguir.
Mas o que a minha mãe não me ensinou é que quando se tenta, se acredita e se sonha, e depois tem que aprender a deixar tudo para trás, dói, dói e dói. Minha mãe não me ensinou a criar proteção para toda a dor das tentativas frustradas, e isso eu tive que aprender pelas minhas próprias pernas. Fonte

A Alice que existe dentro de você!
2 de abril de 2011
A gente vai sempre dormir com aquela vontade de fazer diferente no outro dia, de arriscar e sair da rotina. Planos, desejos e sonhos adormecem junto com o nosso sono. Então, no outro dia, com a rotina e tantos problemas, esquecemos de tudo aquilo que prometemos para nós mesmos antes de dormir.
Não deixe que o que acontece aqui fora estrague o que reluz aí dentro. As pessoas não precisam te entender. Você precisa.
Nós nunca descobriremos o que vem depois da escolha, se não tomarmos uma decisão. Por isso, entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem os seus sonhos. Siga o coelho. Não tenha medo de entrar nos lugares onde você acha que não cabe. O mundo mágico da felicidade e do amor só existirão se você acreditar neles.
Escute sempre a Alice que existe dentro de você. Arriscar não é uma tarefa fácil, requer coragem e confiança. Quer uma dica? As pequenas mudanças atraem as grandes. Pequenas atitudes, como um simples sorriso, podem mudar toda a sua vida. Fonte

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